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Herança cultural
São necessárias muitas histórias e muitas influências para que um pensamento seja bem nutrido.
criado com vó???
Costumo dizer que ser isso é uma dádiva! Mas reconheço o desafio.
Eu fui criado junto aos meus avós maternos, enquanto meu avô paterno faleceu antes de 2000 e minha avó paterna vive em outro estado. Nesse caso, o amor que sinto por todos é igual (bem clichê, certo?), mas não tem como medir a relação que acabei desenvolvendo com o lado materno dessa força. Comparar é difícil, nesse caso.
Nos últimos 10, inclusive, a convivência aumentou, pois oscilei em estágios/empregos/desempregos, isso tudo aliado à aposentadoria dos meus avós. Portanto, assim como o tempo disponível para a convivência aumentou, o desafio de equilibrar toda a relação disponível também foi alterado exponencialmente!
É necessário saber que cada um tem sua preferência e cada um tem sua insistência, assim, o mínimo esperado é que conflitos de interesse acabem sendo analisados o tempo todo! Além de muito carinho envolvido, há muita expectativa, muito investimento e muitos detalhes para serem repassados em trocas culturais!
É inevitável: todos têm algo para falar, na mesma medida que todos precisam conhecer histórias novas.
Este é um espaço simples no site. Aqui tentarei registrar histórias!
Muitos desses causos eu, literalmente, já me cansei de ouvir. Alguns outros, por sinal, eu pedi para ouvir novamente durante esse recente processo de isolamento social (2020).
Fiz questão de motivar a memória dos meus familiares, na mesma medida que valorizei relações que, normalmente, tem vários motivos para esfriar com o decorrer dos anos.
Não se assuste caso você reconheça algum detalhe ou até mesmo se veja em situações narradas nesses espaços recortados e colados no site, pois estou convicto que as histórias se repetem!
Até porque, 'avós' tem desejos comuns: eles querem contar o que já fizeram, corrigir filhos e mimar netos, exortar com amor e se certificar que tudo está em ordem (na ordem deles, no caso).
Em algumas versões o que muda é o local, talvez alguns nomes, além das intensidades de narração.
O resultado é um registro cultural que dificilmente pode ser apagado.
E isso é muito mais que genética: estas são marcas especiais que os avós estão predestinados a deixar em nossas nossas histórias comuns.
Então fique calmo! Eu sei que "ser criado com vó" é uma 'autarquia'! Não se trata apenas de nomes específicos, mas de características!
Meu avô, sendo a figura que é, dá mais trabalho que criança pequena e conta mais histórias que os livros podem anotar (mesmo que repita).
Minha avó, entestada de sangue, acaba passando por apuros por confiar na boa vontade dos outros.
Juntando tanto tempo de convivência, você pode imaginar como é ter 30 anos na cara e ainda contar com cada ação deles em casa? Em tudo, aliás.
Assim como eu, meus avós têm certa dificuldade para lidar com a necessidade de alguns limites.
Logo eu, o tal 'criado com vó', costumo dizer que eles são os ‘mais mimados’ das respectivas famílias, pois são os irmãos mais novos. (risos)
Imagine a encrenca! Imagine a soma de tantas marcas culturais que se arrastam por gerações nas famílias! Imagina?
A propósito, há, também, os/as "tios/tias-avós", os/as "bisas",
os/as "avós" que não têm netos/netas,
e várias outras maneiras de evocar um carinho sem igual desse cargo especial!
Mesmo aliado às histórias que vivi, me proponho a representar essa postura de cuidado que extrapola meu círculo íntimo. Divirta-se!